Postado por Marcos Assis | | Posted On quarta-feira, 11 de maio de 2011 at 03:23



Álbum – The Piper At The Gates Of Dawn
Artista – Pink Floyd
Ano de lançamento - 1967


Com letras que falam sobre espantalhos, gnomos, bicicletas e contos de fadas, tendo como base um instrumental poderoso e muito bem arranjado, The Piper at the Gates Of Dawn, álbum de estréia do Pink Floyd, é um dos marcos da história da música. O álbum foi gravado no Abbey Road Studios, onde os Beatles, no mesmo período, estavam gravando o mega clássico Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band. Consta que os integrantes de cada banda iam espionar o que a outra estava fazendo.

Regado a LSD, o psicodelismo criado pelo Floyd é fantástico. Teclados, guitarras, baixo, bateria e vozes são mergulhados em echos, delays, reverbs e experimentações que levam o ouvinte, literalmente, a uma “viagem”.
O título do álbum é baseado no conto infantil “O vento nos salgueiros”, de Kenneth Grahame, onde o rato e a toupeira, enquanto procuram um animal perdido, têm uma experiência religiosa. O flautista, piper em inglês, é identificado com o deus grego Pan.
Nesse disco a influência de Syd Barret, o gênio louco do Floyd, é decisiva. As improvisações tornam certas partes das músicas autênticas jam sessions, explorando a criatividade de cada músico livremente, tudo porém, dentro de uma ordem harmônica.
Astronomy Domine abre os trabalhos, com uma bateria marcada e preenchida por vocais sobrepostos e sons espaciais, característica do Floyd, e de David Gilmour principalmente.

Interstellar Overdrive tem 10 minutos de lisergia, levando o ouvinte a um passeio sideral. A música ganhou até uma versão do grupo brasileiro Violeta de Outono, o maior expoente do pscicodelismo em terras tupiniquins.

Barret é considerado até hoje, a mente brilhante por trás do Floyd no começo da carreira da banda. Mesmo depois da sua saída, ele continuou sendo o foco do universo do Floyd. Shine On You Crazy Diamond - Brilhe seu diamante louco -, do álbum Wish You Are Here, de 1975, é uma homenagem ao eterno ex companheiro: “Lembre-se de quando você era jovem. Você brilhava como o sol. Continue a brilhar, louco diamante. Agora há um olhar em teu rosto. Como buracos negros no céu. Continue a brilhar, louco diamante. Você foi pego no fogo cruzado, entre a infância e o estrelato, arrastado pela brisa de aço. Vamos, alvo de risos distantes. Vamos, estranho, lenda, mártir, e brilhe! Você buscou alcançar o segredo cedo demais. Você quis o impossível...”.

Após os seu “colapso mental”, devido ao uso extremamente excessivo de drogas, LSD principalmente, a banda foi capitaneada por Roger Waters e David Gilmor, fantásticos compositores, mas sem a loucura de Barret.

The Piper At The Gates Of Dawn é uma espécie de “disco perdido” do Floyd. Ao pensar na banda, automaticamente, todos se lembram de Dark Side Of The Moon e The Wall. Mas seu disco de estréia uniu a competência técnica e atmosférica do grupo à genialidade louca de Barret.
Uma combinação única e perfeita.

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