Postado por Marcos Assis | | Posted On domingo, 9 de janeiro de 2011 at 18:43



Artista – Solitude Aeturnus
Álbum - Through The Darkest Hour
Ano de lançamento - 1994


O Doom Metal é um estilo para “iniciados”. Falando de trevas, escuridão e morte, o Doom apaixona ou afasta. O Doom Metal fala da realidade, do mundo obscuro em que vivemos. O ideal hippie de paz e amor pode funcionar, mas não com o ser humano. É só olhar em volta e ver se é possível achar algo bom na humanidade atualmente. Vai ter que procurar muito... Essa é a essência do Doom.
O Solitude Aeturnus é, ao lado do Candlemass, a maior expressão do gênero. Esta é uma das bandas que deveria ter muito mais respeito e espaço na mídia mundial, mas que fica relegada aos apreciadores da boa música.
A base sonora do Solitude é poderosa. A afinação baixa, que por si só já torna o som sinistro, faz a complexidade das melodias e riffs servirem de fundo para a voz fantástica de Rob Lowe.
A banda tem vários bons trabalhos como “Into The Depths Of Sorrow” e “Downfall”, mas “Through The Darkest Hour” é o mais consistente. A fórmula de peso e cadência do Doom Metal poucas vezes foi tão bem explorada como nesse álbum. Mesclando riffs poderosos com momentos de levadas lentas, o Solitude criou uma marca dentro do estilo.
Rob Lowe, hoje cantando no Candlemass, tem um vocal sóbrio e entonadíssimo. Atrevo-me a dizer que Lowe combina muito mais com o Solitude do que com o Candlemass, tamanha a junção que sua voz alcança junto ao instrumental da banda.
As guitarras são graves e bem colocadas, não exageram em nenhum momento, seja nas bases e riffs, nos dedilhados soturnos ou nos solos.
“Haunting the Obscure” pega você pela mão e te leva ao reino das sombras: “Figuras de esmeralda brilhando na escuridão. Quarenta almas estão presas na pedra. Mil olhos abertos para ver. Os lobos da ruína me devoram. Corações morrendo de vozes desconhecidas. Deixe minha esperança sob as estrelas caídas. Seus ecos batendo, apenas a dor. Seus lábios vermelho sangue chamam meu nome”. Belíssimo.


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Postado por Marcos Assis | | Posted On quarta-feira, 5 de janeiro de 2011 at 01:42



Artista – The Sisters Of Mercy
Álbum – First And Last And Always
Ano de lançamento - 1985


Andrew Eldrich é a “encarnação das trevas”, ou quis se colocar nessa posição enquanto esteve à frente do Sisters of Mercy. Óculos escuros, uma bengala estilizada, roupas pretas e uma voz grave e sinistra.
Eldrich era o mentor e criador da banda, ou, em bom português, o dono da mesma. Ele estudava Letras em Oxford, e, ao conhecer o guitarrista Gary Marx e descobrir que ambos tinham o mesmo gosto musical, os dois decidiram montar uma banda. O nome The Sisters of Mercy foi escolhido a partir de uma música de Leonard Cohen chamada, é claro, Sisters of Mercy. Um fato curioso do Sisters é que eles não tinham baterista. Isso ficava a cargo de um certo Doctor Avalanche, nada mais, nada menos que uma bateria eletrônica Oberheim DMX.
Na banda estavam dois talentos da música sombria que depois sairiam para formar um dos ícones do estilo, o The Mission. Wayne Hussey e Craig Adans faziam parte do que é considerada a formação clássica da banda. First And Last And Always, seu é o disco de estréia, e sem dúvida, o melhor trabalho dos caras. O ambiente sombrio criado pelas camadas de teclados e guitarras fazem o fundo para a voz cavernosa de Eldrich desfilar seu repertório de elementos trevosos.
Ali estão clássicos do mundo gótico como “Black Planet” e “Walk Away”. Em “Marian”, o senhor das trevas mostra como é uma canção de amor ao estilo Eldrich: “Eu ouço você chamando Marian. Através da água, através da onda. Eu ouço você chamando Marian. Você pode me ouvir te chamando. Salve-me, salve-me, salve-me da sepultura Marian”.
Durante a turnê do disco, Wayne Hussey se desentendeu com Eldrich, pois queria mais espaço na banda para compor e cantar. Ao final da turnê, num show no Royal Albert Hall em Londres, Eldrich se despediu do público, dando sinais de que o Sisters encerraria suas atividades. Como a guerra de egos era muito grande, Wayne e Craig saem da banda. Sobre as divergências, Andrew chegou a declarar para imprensa: "Eles me perguntaram: O que vamos fazer pelas novas canções? Eu disse: Que tal isto, isto e isto? Mas, infelizmente, o primeiro “isto” que eu citei tinha muitos acordes por minuto e Craig não quis tocá-lo". Hussey disse que depois de sua saída do Sisters, Eldrich reformulou seu pensamento sobre as composições: "A maioria das canções que estamos tocando no The Mission são canções rejeitadas por Eldritch para o segundo álbum dos Sisters. Isso é irônico, porque atualmente ele vê nossos shows e me diz que elas são muito boas".
Após este fato, foram cinco anos de rivalidade e disputas jurídicas. Em princípio ambas as partes concordaram que não usariam o nome The Sisters Of Mercy. Porém, Hussey e Craig decidem usar um nome que os associasse ao Sisters of Mercy.
O nome escolhido era The Sisterhood e a dupla chegou, algumas vezes, a se apresentar ao vivo. Andrew Eldritch sentiu-se lesado ao ver que o antigo companheiro havia "quebrado o acordo de cavalheiros". Além disso, Sisterhood também era o nome do fã clube do The Sisters of Mercy. Assim, Andrew rapidamente registrou o nome e em seguida lançou um single, Givin Ground, e o álbum, Gift (Veneno, em alemão), no qual se encarregou apenas da programação eletrônica. A disputa pelo nome terminou nos tribunais e a dupla Hussey e Graig teve de batizar sua nova banda como The Mission.
A banda The Sisters of Mercy com sua nova formação, com Andrew, a baixista Patricia Morrison e o célebre Doktor Avalanche, voltou à ativa em 1987, com o álbum Floodland, mas isso é outra história.
Dessa época fica a fantástica reunião de dois dos maiores talentos da música Dark, ou gótica para os mais moderninhos, que resultou num dos maiores álbuns do estilo.


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