Postado por Marcos Assis | | Posted On sexta-feira, 3 de outubro de 2008 at 22:18

Artista – Secos e Molhados
Álbum – Secos e Molhados
Ano de lançamento - 1973

Existem grupos que passam e deixam uma marca, um estilo, algo a ser seguido. Nos anos 70 a repressão da ditadura era ferrenha, mas ao mesmo tempo a criatividade dos artistas era fantástica. Alguns dos melhores discos da música brasileira foram feitos nesse período.
Secos e molhados, de 1973, é perfeito artisticamente e musicalmente. Ney Matogrosso não era, e não é, apenas um cantor que empresta sua voz a uma música qualquer, ele interpreta, incorpora a atmosfera das letras como talvez ninguém consiga fazer. Gerson Conrad e João Ricardo acompanhavam a genialidade de Ney, tanto em vocalizações como na parte instrumental.
A banda pintava os rostos, usava roupas extravagantes, chamava a atenção pela criação artística que envolvia suas apresentações e assustava o moralismo da sociedade brasileira naquela época. A capa do CD já é um espetáculo, todos os integrantes da banda com suas cabeças expostas em bandejas sobre uma mesa. Ela foi eleita a melhor capa de disco brasileira, numa pesquisa encomendada pelo jornal Folha de São Paulo em 2001.
Sangue Latino, O Vira, Rosa de Hiroshima, Fala, são todos clássicos belíssimos. A banda fez uma apresentação histórica em 1974 no Maracanãzinho lotado com filmagem da Rede Globo e a presença mídia em geral acompanhando, numa época em que não existia nenhuma histeria no Brasil com bandas de rock.
Uma lenda diz que o Secos e Molhados teria sido o primeiro grupo a pintar os rostos, e não o Kiss. Gene Simmons, baixista do Kiss, teria visto uma apresentação da banda brasileira e copiado as máscaras.
Verdade ou não o fato é que mais de 30 anos depois de sua separação, o Secos e Molhados continua atual e genial em suas criações.


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Postado por Marcos Assis | | Posted On at 15:00

Artista – Rush
Álbum – Signals
Ano de lançamento - 1982

“Power trio” é uma expressão no mundo musical usada para designar uma reunião de três músicos talentosos. Podemos citar o The Police e o Cream de Eric Clapton como exemplos. O Rush está nessa categoria. Geddy Lee baixo, sintetizadores e vocais, Alex Lifeson guitarras e o espantoso Neil Peart na bateria e percussão, um dos mais respeitados músicos do mundo, deram uma guinada na carreira a partir de Signals, passando a utilizar muito mais o teclado, que em vez de poucas intervenções no fundo das músicas, começou a ter mais espaço, com arranjos bem tramados.
Um exemplo disso é a música que abre o álbum, Subdivisions, o teclado faz a introdução com peso, notas graves, antecedendo a bateria que leva a música a crescer aos poucos, até o vocal de Lee.
Countdown foi escrita em homenagem ao ônibus espacial Columbia, depois de terem assistido ao seu primeiro lançamento em cabo Kennedy. Chemistry, Digital Man e The Weapon também são fantásticas. As letras do Rush têm muita inspiração em ficção científica, paixão de Lee e Peart. Falar do virtuosismo dos integrantes é chover no molhado, mas em alguns momentos é impossível não se impressionar, como no solo de Subdivisions.
Em 2002 o Rush gravou o DVD Rush in Rio, no estádio do Maracanã lotado. Registro fantástico diante de mais de 40.000 pessoas.
Virtuosismo nem sem sempre é bem-vindo, pois o músico tende a querer mostrar suas qualidades extraordinárias de compasso em compasso, cansando o ouvinte. No caso do Rush ele é muito bem utilizado, sem exageros.


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Postado por Marcos Assis | | Posted On sábado, 27 de setembro de 2008 at 14:45

Artista - David Bowie
Álbum - Low
Ano de lançamento - 1977

No final dos anos 70, David Bowie passava por uma fase de depressão e vícios, cocaína, álcool. A convite do músico Brian Eno (ex-Roxy Music), mudou-se para Berlim buscando novos ares para sua música. Iniciava-se aí a chamada “trilogia de Berlim”, fase onde Bowie gravou três trabalhos com o músico Brian Eno, Heroes, Lodger e Low.Chamado de “camaleão”, por sua incrível habilidade de mudar de estilo, passando por pop, pós punk e música eletrônica com a mesma originalidade e maestria, David Bowie misturaria experimentalismo e pop nesse disco, assumindo uma postura “low profile”, discreta e intimista.Lançado em 1977, seria referência para movimentos importantes do começo da década de 80, como o pós-punk de Joy Division, The Cure, The Smiths e Siouxsie and the banshees.Com faixas experimentais e instrumentais, um formato pouco usual para a época, destaca-se Warszawa, que depois seria uma espécie de base para o Joy Division, banda fantástica do pós punk britânico, escrever “Warsaw”.Sound and vision tornou-se um sucesso de Bowie, presente nos seus shows até hoje.A atmosfera bucólica, cinzenta e depressiva do álbum leva o ouvinte a uma viagem pelo mundo cheio de imagens de Bowie.Fantástico, um daqueles álbuns que um bom apreciador de música não pode deixar de ter em casa!


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Postado por Marcos Assis | | Posted On at 14:37

Álbum – The Chemical Wedding
Artista – Bruce Dickinson
Ano de lançamento - 1998

Depois de sua saída do Iron Maiden, por querer experimentar novos caminhos no seu som, Bruce Dickinson lançou alguns belos álbuns, como Accident of Birth, Skunkworks e Balls to Picasso. Sua obra prima, porém, seria lançada pouco antes de sua volta ao Iron, o fantástico The Chemical Wedding. Com letras inspiradas em alquimia e ocultismo, citando muitos elementos e frases de William Blake, o Cd é um dos melhores da história do Heavy Metal, sem dúvida, pois une qualidade musical, fruto de uma banda muito bem escolhida formada pelo fiel escudeiro Adrian Smith e Roy Z nas guitarras, Eddie Casillas no baixo e David Ingraham na bateria, letras muito bem elaboradas e a técnica vocal incomparável do Mr. Air Raid Siren, como Bruce era chamado nos tempos de sua primeira banda, o Samson, no fim dos anos 70, comparando sua voz a uma sirene potente. As músicas têm um tom épico em certas passagens, como em Gates of Urizen: “A escada desaparece nos portões de Urizen. Águias decaídas queimam nos portões de Urizen. Gêmeos eternos são amaldiçoados nos portões de Urizen. Vidas separadas se iniciam...”. O som é direto, com peso e riffs marcantes, cada música tem seu clima, sua atmosfera. O “casamento químico”, tradução de Chemical Wedding foi uma mudança de direção para quem estava acostumada a ouvir Bruce no estilo padronizado do Iron, fantástico também, mas bem mais previsível que sua carreira solo. É o típico trabalho que pode ser ouvido do começo ao fim sem interrupções. The Tower, Book of Thel, Machine Man e Killing Floor são alguns dos destaques, levando o ouvinte a um porão de castelo medieval, onde poções e feitiços são manipulados por magos obscuros, em busca do “Chemical Wedding”...


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Postado por Marcos Assis | | Posted On at 08:46

Álbum – Heaven and Hell Live from Radio City Music Hall
Artista – Heaven and Hell
Ano de lançamento - 2007

O Black Sabbath sempre foi considerado um dos criadores do heavy metal. Ao longo dos 30 anos de estrada, a banda forjou com seus climas soturnos e os riffs pesadíssimos de Tony Iommi, o que hoje é chamado de metal pesado.Ozzy Osbourne é o vocalista “oficial” da banda, que também teve Ian Gillan, Tony Martin e Ronnie James Dio, entre outros.Os quatro álbuns que Dio gravou, Dehumanizer, Mob Rules, Live Evil e Heaven and Hell, são considerados por muitos fãs os melhores da discografia do Sabbath.Em 2006, Dio e Iommi resolveram reunir novamente a formação dessa época. O resultado foi a banda Heaven and Hell, com Dio nos vocais, Tony Iommi na guitarra, Geezer Buttler no baixo e Vinny Appice na bateria.Dessa reunião surgiu o cd e o DVD Live From Radio City Music Hall. Reunindo clássicos como The Sign of the Southern Cross, I, Die Young, Children of the Sea, Lady Evil, Voodoo e a própria Heaven and Hell, o álbum é uma aula de como tocar pesado com simplicidade, diferente da idéia de para soar pesada uma banda deve tocar o mais rápido possível. Tony Iommi é chamado de “riffmaster”, o mestre dos riffs, pela facilidade em construir estruturas musicais baseadas em riffs marcantes. Dio é talvez o melhor vocalista do estilo. Com uma voz poderosa e muito carisma, o veterano desfila simpatia e domínio de palco. Sua idade real é um mistério, mas supõe-se que tenha quase 70 anos.A banda anunciou um novo disco de estúdio para 2009.Se você não tem contato com som pesado, esse álbum é uma grande oportunidade de começar a conhecer o Heavy Metal, bebendo em sua melhor fonte.


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Postado por Marcos Assis | | Posted On at 08:37

Artista – Echo and the bunnymen
Álbum – Live in Liverpool
Ano de lançamento - 2001


O Echo and the Bunnymen foi formado no fim dos anos 70 na cidade de Liverpool na Inglaterra pelo vocalista Ian McCulloch e o guitarrista Will Sergeant. Nesses trinta anos de estrada mantiveram sempre qualidade em suas composições, calcadas na dupla McCulloch-Sergeant. Passaram também por muitas mudanças em sua formação, que incluíram a morte do baterista Pete de Freitas em 1989, num acidente de moto.
Live in Liverpool, lançado como CD e DVD, é um registro memorável desses trinta anos de sexo, drogas e rock and roll, não necessariamente nessa ordem. O registro foi gravado no Paul McCartneys Liverpool Institute Of Performing Arts, (LIPA). Estão lá Lips like Sugar, Seven Seas, Rescue, e a belíssima Killing Moon. Ocean Rain fecha o CD com seu clima tocante e envolvente, prova de que não é necessário virtuosismo para fazer música, pois com duas notas a música te leva a uma viagem aos pubs londrinos.
O Echo tocou pela terceira vez em Curitiba no mês de julho passado, junto com as bandas Gene Loves Jezebel e T.S.O.L. Estive presente nas três apresentações, e posso dizer que é mágico ver um show dos caras. Ao vivo, McCulloch mantém o mesmo estilo de cantar, braços sobre o microfone no pedestal, óculos escuros, sobretudo preto e o inseparável cigarro entre os dedos. A banda usa muito gelo seco e sombras no palco, mantendo o estilo que nos anos 80 era chamado “dark”.
Em entrevista à Gazeta do Povo, antes do show em Curitiba, o guitarrista Will Sergeant explicou porque a banda se mantém junta há três décadas:
O grupo já tem 30 anos no mundo do rock. Qual o segredo para manter a fidelidade do público por todo este tempo de atividade?
Eu acho que nós gostamos de fazer algo que não é apenas de momento. Fazemos algo que achamos que vai durar. Nós não seguimos nenhuma moda ou algum som relacionado. Tentamos manter o clássico.

Link para download

http://rapidshare.com/files/148703599/Echo___the_Bunnymen-Live_in_Liverpool.rar.html

Setlist

1. Rescue
2. Lips Like Sugar
3. King of Kings
4. Never Stop
5. Seven Seas
6. Buried Alive
7. Supermellow Man
8. My Kingdom
9. Zimbo
10. All That Jazz
11. An Eternity Turns
12. Back of Love
13. The Killing Moon
14. The Cutter
15. Over the Wall
16. Nothing Lasts Forever
17. Ocean Rain


Postado por Marcos Assis | | Posted On sexta-feira, 26 de setembro de 2008 at 21:26


Artista - Caetano Veloso
Álbum - Transa
Ano de lançamento - 1972

Nos anos de chumbo, a ditadura militar no Brasil afastou de cena toda e qualquer cabeça pensante nesse país, intelectuais, artistas, escritores etc. Ironicamente o efeito foi contrário, a produção cultural nessa época foi fantástica, rendendo produções criativas memoráveis.Na área musical Chico Buarque foi para Roma, Gil e Caetano para Londres. Na cidade inglesa, sob a influência dos Beatles e da música baiana, Caetano fez em 1972 um de seus melhores trabalhos, Transa.Mesclando a língua portuguesa e inglesa em algumas músicas, como “You don’t know me”, misturando berimbau com guitarras, reggae com afoxé, o álbum é uma mescla de culturas muito interessante. Sobre os músicos que participaram da gravação, Caetano declarou na época: “Chamei os amigos para gravar em Londres. Os arranjos são de Jards Macalé, Tutti Moreno, Moacyr Albuquerque e Áureo de Sousa. Eles não saíram na ficha técnica e eu tive a maior briga com meu amigo que fez a capa. Como é que bota essa bobagem de dobra e desdobra, parece que vai fazer um abajur com a capa, e não bota a ficha técnica? Era importantíssimo. Era um trabalho orgânico, espontâneo, e meu primeiro disco de grupo, gravado quase como um show ao vivo".A versão brasileira da revista Rolling Stone elegeu Transa o 8º melhor álbum nacional de todos os tempos. Caetano comentando sobre as músicas do disco comentou:"Foi Transa que me deu coragem de fazer os trabalhos com A Outra Banda da Terra. Tem a Nine out of Ten, a minha melhor música em inglês. É histórica. É a primeira vez que uma música brasileira toca alguns compassos de reggae, uma vinheta no começo e no fim. Muito antes de John Lennon, de Mick Jagger e até de Paul McCartney. Eu e o Péricles Cavalcanti descobrimos o reggae em Portobelo Road e me encantou logo. Bob Marley e The Wailers foram a melhor coisa dos anos 70. Gosto do disco todo. Como gravação, a melhor é Triste Bahia. Tem Mora na Filosofia, que é um grande samba, uma grande letra e o Monsueto é um gênio. Me orgulho imensamente deste som que a gente tirou em grupo".Em uma época turbulenta e pesada para o Brasil, Caetano conseguiu, mesmo fora do país, fazer um de seus trabalhos mais brasileiros.


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Postado por Marcos Assis | | Posted On at 21:23


Álbum – London Calling
Artista – The Clash
Ano de lançamento – 1979

A época era de efervescência punk, estilo que tinha destruído o pensamento hippie de paz e amor, flower power, tudo é lindo e maravilhoso. A nova ordem era o “no future”, a humanidade é um lixo e nossa saída é nos divertimos o máximo possível. Com o lema “Do it yourself, faça você mesmo”, os punks mostraram que com três acordes era possível fazer música. Os Sex Pistols levaram isso ao extremo. Esse contexto é interessante para analisar o The Clash, pois ao mesmo tempo em que eram punks em atitude e visual, eles misturavam ao seu som elementos de reggae e ska, quebrando também os padrões do estilo, seco e cru.Quando estava sendo gravado, Clash exigiu que sua gravadora lançasse um disco duplo, pelo preço de um simples, fato inédito na época. Isso seria feito também no próximo álbum, Sandinista! que foi lançado como um triplo. Durante as gravações, o produtor Guy Stevens, alcoólatra e viciado, tinha um método pouco comum para estimular a banda em estúdio: atirava cadeiras nos músicos, procurando incitar a raiva e energia das letras, fazendo com que transparecessem nas interpretações.Alguns dos maiores sucessos do Clash estão em London Calling, frutos da parceria Mick Jones e Joe Strummer, os Jagger & Richards do punk rock. A faixa título, Train in Vain, Guns of Brixton, Spanish Bombs, todos com uma pegada punk incomparável, porém misturando elementos de outros estilos, coisa impensável para o gênero na época.Letras de cunho político retratando a classe trabalhadora da Inglaterra, drogas, violência, shows sempre cheios de energia e atitude faziam do Clash uma mistura explosiva.Esse álbum foi o ápice da banda, que pouco tempo depois acabaria, dando espaço ao trabalho solo dos seus membros, o mais expressivo foi de Mick Jones que formou nos anos 80 o B.A.D, Big Audio Dynamite,, com um som mais dançante e repleto de SamplersJoe Strummer faleceu em 2002, vítima de parada cardíaca, aos 50 anos de idade. No mesmo ano London Calling foi relançado numa versão remasterizada, comemorando os 25 anos do Clash.Vale à pena conferir também o documentário Rude Boy, que mostra a história da banda.


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Postado por Marcos Assis | | Posted On at 21:13


Álbum – Love
Artista – The Cult
Ano de lançamento – 1985


Poucas bandas mantiveram seu estilo intocado durante sua história, mantendo-se fiéis às suas influências. Uma delas é o The Cult. Índios, xamãs, magia, frases de guitarra, vocais rasgados, tudo isso sempre fez parte da fórmula dos caras, que podem realmente serem chamados de “uma banda de rock and roll”. Como influências, Led Zepellin, The Doors, Jimmi Hendrix...
Cada música do cd tem um riff que cola na sua cabeça. O guitarrista Billy Duff é mestre em criar essas frases de guitarra que introduzem e dão forma ás músicas do Cult. Ian Astbury, vocal, tem uma voz potente e própria para o estilo. Esse é sem dúvida o melhor trabalho da banda. Todas as músicas tiveram muita repercussão e fazem parte de seus shows até hoje, como She Sells Sanctuary, Rain, Love e Revolution.
Astbury, num período de inatividade do Cult, juntou-se á Ray Manzarek, teclados e baixo, e Rob Krieger, guitarra, ex membros da fantástica banda The Doors, formando o “Riders on the Storm”, logicamente fazendo os vocais do finado Jim Morrison.Tiveram até uma data marcada para Curitiba, que foi adiada.
Hoje é difícil achar uma banda realmente de rock, por mais paradoxal que isso pareça, com estrutura, formação, atitude de rockers. A solução é voltar aos que ajudaram a construir o estilo, e aí acabamos nos anos 80, invariavelmente.
O The Cult tocará em Curitiba no dia 7 de outubro, na casa de shows Master Hall. Oportunidade imperdível de presenciar uma bela noite de rock, coisa que com as bandas “modernas” certamente não se conseguiria...


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Postado por Marcos Assis | | Posted On sábado, 13 de setembro de 2008 at 13:23



Álbum – Closer

Artista – Joy Division

Ano de lançamento - 1980
O Joy Division é um dos pilares do que hoje é chamado rock “gótico”. Formado no final dos anos 70 em Manchester na Inglaterra, a banda ajudaria a criar o pós-punk, estilo com guitarras climáticas como o The Cure ou o Siouxsie and the Banshees, ou secas e raivosas como o Joy Division. A banda tornou-se um marco não somente pelo som, mas também pelo suicídio do vocalista Ian Curtis em 18 de maio de 1980. Ian tinha 23 anos, sofria de epilepsia, e levava toda sua atmosfera depressiva para as letras do Joy. “Oh, como acabei por perceber, como eu queria tempo colocado em perspectiva, tão difícil de encontrar, eu tentei. Só por um instante pensei ter encontrado meu caminho. O destino desdobrado foi o que vi escorrer do meu alcance” canta em “24 Hours”.Closer acabou se tornando um álbum póstumo, pois problemas ocorridos durante a tiragem atrasaram o lançamento, que acabou acontecendo somente em julho. As músicas, carregadas de teclados, atmosferas soturnas, vocais graves, bases que se repetem, levam o ouvinte a uma experiência realmente forte. As melodias são feitas pelo baixista Peter Hook, Bernard Summer faz incursões com sua guitarra dando força a certas partes das músicas, o baterista Stephen Morris tem uma maneira quase marcial de tocar, com contratempos e quase sem uso dos pratos, e sobre tudo isso o vocal melancólico de Ian Curtis.24 Hours, Colony, Heart & Soul e Decades são destaques num dos álbuns mais depressivos da história da música.Depois da morte de Curtis, a banda continuou com outro nome, New Order, fazendo um som mais dançante, totalmente diferente do Joy, e está até hoje na ativa. O filme Control, recém lançado, conta a história do vocalista do Joy Division.


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Postado por Marcos Assis | | Posted On sexta-feira, 5 de setembro de 2008 at 14:58


Álbum – Powerslave
Artista – Iron Maiden
Ano de lançamento - 1984


O álbum Powerslave, da banda britânica Iron Maiden, chama atenção já pela capa, feita pelo desenhista Derek Riggs. Eddie, o mascote da banda, aparece estilizado numa pirâmide. A letra da faixa título fala de um faraó do antigo Egito, envolvido com a sensação de poder que o cargo lhe dava. Bruce Dickinson, vocalista da banda, é formado em história, fato que acrescenta muita imaginação às suas letras. “Dentro do abismo eu cairei, o olho de Hórus. Dentro dos olhos da noite me olhando ir. Verde é o olho do gato que brilha neste templo. Entre o Osíris ressuscitado, ressuscitado novamente”, canta em Powerslave.
Aces High abre o álbum. Essa música inicia a maioria dos shows do Iron até hoje. Ao vivo a música começa depois de um discurso feito por Winston Churchill, primeiro ministro da Inglaterra durante a segunda guerra mundial. O discurso diz: “Nós lutaremos até o fim. Nós lutaremos na França. Nós lutaremos nos mares e oceanos. Nós lutaremos com crescente confiança. E crescente força nos ares! Nós defenderemos nossa ilha, não importa o custo! Nós lutaremos nas praias, nós lutaremos em aterros, nós lutaremos nos campos e nas ruas, nós lutaremos nas montanhas. Mas nós nunca nos renderemos!”.
2 minutes to midnight, a instrumental Losfers Words (Big ‘Orra), The Rime Of The Ancient Mariner que é considerada pelo baixista Steve harris sua melhor composição na banda, são alguns dos bons momentos.
No ano seguinte ao lançamento do CD, o Iron desenbarcou para o primeiro Rock In Rio, no Rio de Janeiro. A própria banda afirma ter sido essa sua melhor apresentação. Uma curiosidade contada por Bruce sobre o show: “"Quando a gente fez o Rock in Rio, estávamos excitados por tocar para 250 mil pessoas, mas não sabíamos o que esperar do som. Na primeira musica o som estava um lixo. Fiquei sem saber o que fazer, pois tinha de cantar, mas poderia ficar semanas sem cantar se forçasse minha voz para conseguir ouvi-la. Esmaguei a mesa de som com uma guitarra azul e terminei batendo com a guitarra na minha própria cabeça de tanta raiva. Feri minha testa em três lugares e espalhei sangue por todo lado, mas me sentia muito melhor. Quando sai do palco depois do show, antes do bis, o produtor me disse: 'Você poderia sangrar um pouco mais? Fica ótimo na TV!”.


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Postado por Marcos Assis | | Posted On terça-feira, 18 de março de 2008 at 06:06


Álbum - Supercarioca

Artista - Picassos Falsos
Ano de lançamento - 1988


No turbilhão de bandas que os anos 80 apresentaram ao cenário musical do Brasil, algumas se destacaram pela originalidade, não sendo, como a maioria delas, uma cópia de bandas gringas.
O Picassos Falsos certamente era uma delas. Seu segundo disco, Supercarioca, de 1988, é a síntese dessa visão de fazer música com originalidade. Juntando samba, rock, Hendrix, Noel Rosa e genialidade, esse é um clássico do rock nacional.
Baixo e bateria swingados, cheios de grooves, quebradas, a voz potente e forte de Humberto Effe, a guitarra criativa, cheia de citações e lampejos geniais, poucas vezes uma banda nesse país teve tanto feeling e entrosamento.
A mistura de violão e guitarra na bela Bolero, com citação de "3rd Stone from the Sun" (Jimi Hendrix), a batida hipnótica de Marlene incluindo no seu final os versos de Último Desejo de Noel Rosa “E ás pessoas que eu detesto, diga á elas que eu não presto, que o meu lar é o botequim, e que eu arruinei a sua vida, que eu não mereço a comida que você pagou pra mim”, a realidade sinistra de chuvas e deslizamentos de terra na época em Rio de Janeiro, o retrato bem humorado da cidade em Supercarioca, tudo feito sem exageros nem virtuosismo, apenas criatividade bons músicos.
Supercarioca certamente está entre os 10 melhores discos já produzidos nesse país, apesar de só ser conhecido entre aqueles apreciadores de boa música, que fuçam atrás de bons sons, ou pessoas que viveram a época, onde a música era feita pela música, não pelo dinheiro.
Bons tempos...
Setlist
1 - Retinas
2 – Bolero
3 – Marlene
4 – Verões
5 – Wolverine
6 – Sangue
7 – O homem que não vendeu sua alma
8 – Fevereiro
9 – Fevereiro 2
10 – Rio de janeiro
Em meados da década de 80, poucos grupos brasileiros de música pop pensavam em misturar ritmos regionais ao rock. Essa salada rítmica só viria a ser comum na música brasileira a partir dos anos 90, com artistas como Chico Science & Nação Zumbi e Mundo Livre S/A. Mas uma banda carioca já unia essas duas pontas uma década antes: desde a sua formação, em 1985, o quarteto Picassos Falsos já misturava rock, soul e funk com baião, afoxé, maracatu e samba. O som particular do PF chamou a atenção de crítica e público, que fez de músicas como "Carne e osso", "Quadrinhos", "Supercarioca" e "O homem que não vendeu sua alma" sucessos. Em 1990, depois de lançar dois discos - "Picassos Falsos" (1987) e "Supercarioca" (1988), ambos pela RCA (atual BMG) - o grupo se separou. Em 2001, voltou com a mesma formação que gravou o fundamental "Supercarioca". A banda, formada por Humberto Effe (voz e violão), Gustavo Corsi (guitarra, violão e cavaquinho), Romanholli (baixo) e Abílio Rodrigues (bateria), recomeça de onde parou: olhando para a frente e buscando novas alternativas, sem ficar preso ao passado, evitando repetir os clichês do chamado BRock dos anos 80. O grupo nasceu com o nome de O Verso, em 1985, no bairro carioca da Tijuca, em torno de quatro amigos de escola. Na época, o baixo ficava a cargo de Caíca, talentoso músico, autor da linha de "Carne e osso". Caíca viria a falecer precocemente em 2001, vítima de um acidente de carro. O nome definitivo, Picassos Falsos, foi escolhido a partir de uma música do compositor Alvin L.. Em 1987, o quarteto (já com o baixista Zé Henrique no lugar de Caíca) gravou a sua primeira fita demo com as canções "Carne e osso", "Quadrinhos" e "Idade Média". A rádio Fluminense FM (na época, a maior divulgadora do pop rock brasileiro que se firmava) passou a tocar as três canções. Foi escutando a rádio que o jornalista e produtor José Emílio Rondeau conheceu o som do Picassos Falsos. O interesse acabou levando a banda a assinar, em 1987, um contrato com o Plug, selo dedicado ao rock criado pela RCA. O primeiro disco, "Picassos Falsos", foi lançado no mesmo ano. As músicas "Quadrinhos" e "Carne e osso" foram os hits do LP. A primeira entrou para a trilha sonora do programa "Armação ilimitada", da Rede Globo; a segunda incluía uma citação do samba "Se você Jurar", de Ismael Silva. Mas foi com "Supercarioca" que o Picassos Falsos radicalizou o conceito de misturar rock com música brasileira. Apesar de não ter feito o mesmo sucesso que o disco anterior, "Supercarioca" é tido até hoje pela crítica e por artistas como um dos trabalhos mais inovadores da sua geração. Em 1990, o grupo se separou. Durante o tempo em que o PF esteve parado, seus integrantes dedicaram-se a atividades diversas. Humberto Effe dedicou-se à carreira solo, chegando a lançar um disco em 1995 pela Virgin. Gustavo Corsi caiu na estrada como músico profissional, emprestando seu talento a artistas como Ivo Meireles, Gabriel o Pensador, Marina Lima e Cláudio Zoli, além de rodar o Brasil com a banda Rio Sound Machine. Depois de fazer parte da banda Cruela Cruel (que contava com o guitarrista Feranando Magalhães, do Barão Vermelho), Romanholli pendurou temporariamente o baixo para se dedicar ao jornalismo. Abílio chegou a tocar com Belchior e Ivo Meireles, abriu um estúdio e uma loja de instrumentos e formou-se em filosofia. De volta à atividade em 2001, o Picassos Falsos dedicou-se a dois projetos: a gravação do terceiro disco "Novo mundo", lançado em junho de 2004 pelo selo Psicotronica, e o show "Hipercariocas", uma celebração da canção carioca, em que PF tocou músicas de compositores como Paulo da Portela, João Donato, Chico Buarque e João Nogueira. Durante a temporada numa casa noturna do Leblon, no Rio de Janeiro, o show contou com a participação de artistas como Frejat, Dado Villa-Lobos, Ivo Meireles e Domenico.Em novembro de 2004, a banda participou do TIM Festival, o mais importante evento de música do país. O Picassos tocou no palco principal, abrindo a noite do dia 6, sábado , para a cantora PJ Harvey e o grupo Primal Scream.


Postado por Marcos Assis | | Posted On quarta-feira, 12 de março de 2008 at 11:49

Artista - The Stone Roses

Álbum - The Stone Roses

Ano de lançamento - 1989


O disco de estréia dos Stone Roses foi lançado em 1989 e seria um dos discos mais perfeitos da história da música.
A combinação harmoniosa do pop bem construído, com guitarras raivosas e ao mesmo tempo doces, melancólicas, um baixo marcante e também melódico, bateria simples e bem encaixada e o vocal inconfundível de Ian Brown, a banda marcou, com apenas esse álbum, sua história dentro do cenário musical dos anos 80,90.
Na década de 80 comentava-se muito a busca das bandas por um “pop perfeito”, certamente os Stone Roses chegaram muito perto disso com seu disco de estréia.
Formada por John Squire guitarras, Ian Brown vocais, Mani baixo, Reni bateria backing vocals, lançariam apenas mais um cd em 1994, Second Coming, porém sem o mesmo brilho do primeiro.
A banda se desfez logo depois. Ian Brown continua em carreira solo, com sucesso na Inglaterra, John Squire estava tocando com sua banda Seahorses.
Quem gosta de “pop”, british pop de qualidade, feito com criatividade e melodia, não pode deixar de ouvir esse cd e certamente se apaixonará pela banda.


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Postado por Marcos Assis | | Posted On sábado, 1 de março de 2008 at 03:02

Artista - Robert Johnson

Álbum - King of Delta Blues Singers

Ano de lançamento - 1929

Considerado o pai do blues, Johnson nasceu em Hazlehurst, Mississippi. Sua data de nascimento é desconhecida, bem como a data e a causa de sua morte, envolta em mistérios que geraram até um filme, Crossroads. Conta a lenda que Jonhson fez um pacto com o diabo na encruzilhada das rodovias 61 e 49 em Clarksdale, Mississipi, vendendo sua alma em troca de sucesso.
Verdadeira ou não, o fato é que Robert Johnson gravou apenas 29 músicas em duas sessões de gravação em San Antonio, Texas, em novembro de 1936 e em Dallas, Texas, em Junho de 1937.
Clássicos como Crossroads blues, Terraplane Blues são referências para mestres como Eric Clapton e Rolling Stones.
Como a história do rock, e do blues, sempre apresenta mistérios e lendas que aumentam ainda mais a fama de seus protagonistas, Robert Johnson é até hoje inigualável na arte de transpor, e apenas com um violão, toda tristeza, lamento e magia que o blues deve ter.

Setlist

1. Cross Road Blues [Version]
2. Traveling Riverside Blues
3. Walking Blues
4. I Believe I'll Dust My Broom
5. Hellhound on My Trail
6. Kindhearted Woman Blues
7. Rambling on My Mind
8. Stop Breakin' Down Blues
9. Come on in My Kitchen
10. 32-20 Blues
11. From Four Till Late
12. I'm a Steady Rollin' Man
13. Love in Vain
14. Terraplane Blues
15. When You Got a Good Friend
16. Sweet Home Chicago