Postado por Marcos Assis | | Posted On domingo, 29 de novembro de 2009 at 05:17



Artista – Rob Halford
Álbum – Resurrection
Ano de lançamento - 2000

Metal God, deus do metal. O que dizer sobre um cara que leva esse adjetivo no nome?
Alguns vocalistas conseguem fazer até trabalhos melhores quando se desvinculam de suas bandas “oficiais”. Bruce Dickinson, do Iron Maiden, e Rob Halford, vocalista do Judas Priest, são dois exemplos disso.
Halford tem tanta “moral” e carisma no mundo do metal que nem quando assumiu sua homossexualidade os fãs o abandonaram. No mundo “metálico” isso é raro, pois os músicos do estilo estão sempre posando de durões rodeados de belos espécimes femininos...
Seu último álbum tinha sido Voyeurs, com a banda Two, uma parceria um tanto polêmica com Trent Reznor, do Nine Inch Nails, banda que mistura peso com música eletrônica num som caótico. A pergunta era se Halford estava desvirtuando seu som. Os fãs não gostaram muito dessa incursão pelo mundo eletrônico, parecia que o deus do metal estava se afastando de suas origens.
Depois do trabalho com o Two, Halford precisava renascer para os fãs do metal, digamos assim, e o fez com um álbum avassalador com um nome bem adequado, Resurrection. A capa mostra o deus do metal numa Harley Davidson, sua marca registrada nos shows do Judas Priest, onde entra no palco pilotando a própria.
Made in Hell, a segunda música do álbum fala de sua história como astro do metal, citando até o Brasil. “Eu levei o grito pelo mundo, de Londres à Los Angeles. Levei ao centro de Tóquio, explodiu o godzilla. E então o som da fúria foi de Sidney até o Brasil. Deixou os russos loucos porque eles nunca tiveram sua parte. O palco, as luzes e os amplificadores estão em chamas, veja-os queimar. De toda essa insanidade os deuses do metal vão retornar.”
The One You Love To Hate tem a participação especialíssima de Bruce Dickinson. Duas das melhores vozes do heavy metal juntas, fantástico.
O ponto alto do álbum é Silent Screams, que ao vivo se torna mais fantástica ainda. “Fecho meus olhos e um milhão de faces parecem em minha mente. Respire e encha minha alma perturbada com toda a humanidade, acabando com a dor. O homem de preto, eu estou retornando para lançar meu ódio maldito...”
Pouco depois do lançamento de Resurrection,, Halford tocou no Brasil, em sua primeira grande aparição depois da volta ao peso metálico. Sua apresentação no Rock In Rio 3, em 2001 na cidade do rock, no Rio de janeiro, foi sem sombra de dúvida a melhor do festival. Com uma banda fantástica e tocando com um peso fenomenal, Halford deixou o público boquiaberto. Vestido de couro dos pés a cabeça, Halford manteve-se impassível mesmo com 40 graus da noite carioca. Ao final, com uma bandeira do Brasil enrolada no pescoço, as mais de 100.000 pessoas cantaram em uníssono um dos hinos do metal, Breaking The Law, do Judas Priest.
Vida longa ao deus do metal.


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Postado por Marcos Assis | | Posted On quarta-feira, 28 de outubro de 2009 at 12:41



Artista – New York
Artista – Lou reed
Ano de lançamento - 1989

Lou Reed vem pautando a agenda musical há mais de trinta anos. Ao lado de John Cale, Moe Tucker e Sterling Morrison, formou uma das mais inovadoras e influentes bandas de todos os tempos, o Velvet Undreground.
Lou já foi andrógino, foi casado com um travesti e já morou na rua se arrastando pelos becos de Nova Yorque movido a anfetamina e álcool. Foi literalmente resgatado por David Bowie, que o levou para Berlin, na Alemanha, para que voltasse a produzir. Avesso a regras e estereótipos, Lou sempre rendeu boas histórias para os repórteres. Numa entrevista á antiga revista Bizz, publicada no Brasil nos anos 80-90, o repórter estava fumando um cigarro Marlboro. Lou disse que estava tentando diminuir o fumo, tragando um Carlton, mas que não resistia ao ver um “cigarro de verdade”. Ato contínuo, tomou emprestada, digamos assim, a carteira de cigarro do repórter... Típico de sua personalidade e de um tempo em que ninguém se preocupava em ser politicamente correto. Éramos felizes e não sabíamos...
Seu trabalho solo teve altos e baixos, drogas e ostracismo. New York, de 1989, marca um dos seus melhores momentos como compositor e letrista. Lou fala sobre sua cidade, sobre o submundo de Nova York, talvez sua maior paixão.
Os guetos, a noite cheia de tentações, as drogas, as prostitutas, os bares e os bairros da cidade são retratados nas canções do disco. Lou é um rocker, no melhor sentido da palavra. Visualmente, seu traje habitual é um jeans e uma jaqueta de couro, pois não são necessários muitos apetrechos modernos se você tem uma obra musical consistente. Caras como ele são raros hoje em dia, fiéis ao que pensam, fiéis ao que são, sem máscaras para enganar os fãs. Lou é Lou, e isso basta.
A forma de cantar e escrever suas letras se assemelha a um contador de histórias. Ele elabora as letras como uma sequência de fatos, e seu canto é pausado, às vezes mais agressivo ou mais ameno. De certa forma ele quase declama sua canção. Um exemplo é Dirty Boulevard: “Pedro vive no Wilshire Hotel. Olha pela janela sem vidro. As paredes são feitas de papelão, jornais nos seus pés. Seu pai lhe dá surras porque ele tá cansado demais para pedir esmola...”.
“Em “There is no time” ele fala sobre essa urgência de sensações que não nos deixa olhar para o que está ao nosso lado: “Isto não é hora para celebração. Isto não é hora para aperto de mãos. Isto não é hora para tapinhas nas costas. Isto não é hora para bandas de fanfarra. Isto não é hora para otimismo. Isto não é hora para reflexões intermináveis. Isto não é hora para o meu país, certo ou errado. Lembra o que isto trouxe. Não há tempo.”.
Lou é um dos raros artistas que unem qualidade nas músicas e nas letras, uma completa a outra. Hoje em dia muitas almas sinistras dizem que o rock está morto.
Certamente não é o caso de Lou. Ele se confunde com o próprio rock.


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Postado por Marcos Assis | | Posted On segunda-feira, 12 de outubro de 2009 at 21:12



Artista – Sex Pistols
Álbum – Never Mind The Bollocks
Ano de lançamento - 1977

Ícone do punk, o Sex Pistols definiu um estilo, criou um gênero musical.
Com o lema “do it yourself”, faça você mesmo, os Pistols popularizaram as chamadas músicas de três acordes. A idéia do punk era que qualquer pessoa pudesse fazer música, que não era necessário o virtuosismo das bandas progressivas que dominavam a cena musical da época, como o Genesis ou o Yes, para um garoto criar uma canção.
A bandeira do punk foi levantada para se opor ao ideal hippie de paz e amor. Numa Inglaterra abalada pelo desemprego, a pergunta era: o que poderia um jovem da classe operária fazer, além de montar uma banda de rock?
A história conta que o estilista Malcolm McLarem criou a banda. Malcolm tinha uma loja de roupas chamada Sex, em Londres, e teria escolhido a dedo os integrantes da banda. Steve Jones e Paul Cook (respectivamente guitarrista e baterista) eram frequentadores da Sex. Glen Matlock, baixista, trabalhava na loja aos sábados. Faltava escolher um vocalista.
Depois de descartar o crítico Nick Kent e o cantor Richard Hell para a vaga, a banda fez um teste com um adolescente de dentes podres chamado John Lydon. A “audição”foi feita própria loja, com o vocalista cantando numa jukebox. Johnny, que nunca tinha cantado na vida antes, foi aprovado, digamos, pela sua postura e comportamento anti-social. Em resumo, era perfeito para a vaga.
Para quem escuta as bandas que se dizem “punks” nos dias de hoje, e nunca ouviu os Pistols, o choque é imediato. John Lydon, Joãozinho podre para os íntimos, era um tipo digamos, imprevisível. Cabelo espetado cor de cenoura, alguns dentes podres, roupas rasgadas e uma ferocidade no palco fazem de Lydon o estereótipo do punk.
No álbum estão hinos como God Save The Queen, uma sátira do hino inglês “Deus salve a Rainha”, onde a banda já dá o tom do seu descaso com leis e ordem. Anarchy in the UK é um petardo, com sua letra caótica e um refrão destruidor, “I’m a antichrist, i’m a anarchist..." se contrapondo ao mundo flowerpower do movimento hippie, mostrando que, já naquela época, de lindo e maravilhoso este orbe azul não tinha quase nada.
Em 2007 a banda voltou para fazer alguns shows. Os velhinhos na casa dos 50 anos não se fizeram de rogados, e, mantendo a ironia, Lydon declarou que voltaram apenas pelo dinheiro dos shows.
Hoje você vê um moleque de cabelo azul, alargador na orelha, e camisa do NX Zero se dizendo “o punk””. Bullshit! Ouça os Pistols e descubra o que é punk.


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Postado por Marcos Assis | | Posted On sábado, 12 de setembro de 2009 at 06:10



Artista – Hojerizah
Álbum – Pele
Ano de lançamento - 1987

O underground brasileiro sempre produz bandas fantásticas, que vivem na obscuridade, fazendo música de excelente qualidade. Longe do “grande público”, essas bandas possuem um seleto grupo de fãs que ajudam a manter esse legado vivo.
O Hojerizah tinha um som extremamente refinado. O guitarrista Flávio Murrah é um dos maiores músicos que esse país já produziu. Dono de uma técnica apurada, Murrah transitava entre o rock e a música clássica na construção das melodias da banda. Com dedilhados intercalados com frases mais viscerais, sua guitarra dava, ao mesmo tempo, o clima e o peso que as músicas pediam. E dar peso numa canção, usando, praticamente, somente modulações, chorus e delay, não é para qualquer um. Sua guitarra era uma extensão da voz de Toni Platão. Com um vocal empostado, indo das notas graves até as mais agudas com tranqüilidade, Platão era um dos vocalistas mais técnicos do rock brasileiro, seguramente o de melhor voz. O baixista Marcelo Larrosa fazia a cozinha da banda junto com o baterista Álvaro Albuquerque. Os dois eram fiéis escudeiros dos devaneios de Murrah. Com criatividade, Larrosa acompanha, em muitos trechos, as linhas melódicas da guitarra, dando mais corpo para as músicas. Álvaro usa a bateria de forma muito bem colocada, inserindo peso nos momentos certos.
Murrah, independente de todo o seu talento e virtuosismo, sempre viveu envolto em problemas com álcool e desequilíbrios psicológicos. Inevitável a comparação com o gênio do Pink Floyd, Syd Barret. Os dois produziram pouco em quantidade, mas de forma grandiosa em qualidade. As letras da banda, assim como as músicas, são compostas por ele, algumas em parceria com Toni Platão. Todas seguem a linha de imagens metafóricas, que crescem junto com as melodias.
“Gritos” faz transparecer toda a técnica do guitarrista. “Ouço gritos, de onde vêm os gritos? Bordam risos, espaços e abrigos. Louvam sinos, por quem que ardem os sinos? E cantam hinos da pátria dos vencidos. Tocam um louco final, que faz o unir de punidos mortais ,e o que o som dirá?”. Murrah musicou um poema do poeta francês Jean Arthur Rimbaud , “Canção da torre mais alta”: “venha, venha o tempo que nos enamora. De pacientar, para sempre esqueço. Temores e dores, aos céus já se foram. E a sede malsã me obscurece as veias. Venha, venha o tempo que nos enamora. Assim a campina entregue ao olvido, extensa, florida de incenso e de joios, ao zumbir sinistro das moscas imundas. Venha, venha o tempo que nos enamora”. Vale lembrar que a palavra "olvido" significa descanso, repouso, esquecimento.
Larrosa, falando desse lado teatral e poético da banda, declarou numa entrevista para o Jornal do Brasil, em 1999: “naquela época todo mundo lia muito, haviam todos aqueles lançamentos da Brasiliense...”. Flávio Murrah comentou, na mesma entrevista, sobre as influências que caracterizavam o som do Hojerizah: “a gente não tinha referência de nada do que estava sendo feito no rock. O Hojerizah chegava no Western (bar carioca onde os Paralamas do Sucesso estrearam) falando de bebida, depressão e sexo, A gente tinha dificuldade de apresentar nosso trabalho, hoje seria mais fácil", acredita Murrah.
Ouvir o Hojerizah é como degustar um bom vinho. Aliás, fica a sugestão: abra um vinho, coloque o CD pra tocar e aprecie a união de música e letra que a banda faz de forma genial. Você não vai encontrar nada com essa qualidade feito no rock brasileiro hoje em dia...


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Postado por Marcos Assis | | Posted On quarta-feira, 9 de setembro de 2009 at 07:00



Artista – Marisa Monte
Álbum – Verde anil amarelo cor–de–rosa e carvão
Ano de lançamento - 1994

Marisa Monte é dona de uma voz fantástica. Herdeira das alma luminosas das melhores cantoras que esse país já teve, como Elis Regina, Dalva de Oliveira e Ângela Maria, Marisa apareceu do nada e, com apenas dois discos, conquistou o público e a crítica com sua interpretação doce, afinada e bem colocada. Cantando em bares no Rio de Janeiro, com um repertório regado a jazz e MPB, a menina acabou sendo descoberta pelo produtor Nelson Mota, que passou a produzir seu show Veludo Azul. Ela foi uma das únicas, ao menos que eu conheça, a gravar um disco de estréia ao vivo. Normalmente os artistas ou bandas só lançam um disco ao vivo depois de algum tempo de carreira, Marisa fez o inverso.
Cor–de–rosa e carvão é harmonicamente perfeito, com uma combinação limpa de violões, guitarras, baixo e percussão, fazendo a “cama” para a voz de Marisa. As músicas são parcerias com Arnaldo Antunes, Nando Reis e Carlinhos Brown, além de covers. O trabalho conta com o baixista Arthur Maia, um dos mais requisitados baixistas do Brasil, (tocou com Caetano Veloso, entre outros), Marcos Suzano na percussão, considerado um dos maiores percussionistas do mundo, (tocou até com David Bowie), Naná Vasconcelos, o mestre da percussão mundial, considerado o maior de todos,são alguns dos craques que participam do disco. Como se não bastasse, ainda fazem participações especiais, Paulinho da Viola, legenda do samba brasileiro, a Velha Guarda da Portela, senhores que levam no seu sangue boa parte da história do samba desse país e a americana Laurie Anderson, multi-instrumentista, artista plástica e ex-mulher de Lou Reed.
Cercando-se não de mestres, mas de mitos dessa grandeza, era esperado que o CD tivesse o mesmo brilho de seus participantes.
A sua versão para Pale Blue Eyes, do Velvet Underground, é quase uma canção de ninar, tal a delicadeza do violão acompanhando Marisa. Vale lembrar que regravações são sempre duvidosas, ainda mais de clássicos, mas a canção manteve sua qualidade. Balança Pema, de Jorge Ben, trás a percussão pegada de Marcos Suzano, a bateria de Jorginho Gomes e o baixo de Arthur Maia. Marisa divide os vocais com Gilberto Gil, quer mais?
Alta noite é daquelas músicas que a gente ouve o dia todo, sem cansar. A letra é de Arnaldo Antunes, com seu característico jogo de palavras. “Alta noite já se ia, ninguém na estrada andava. No caminho que ninguém caminha, alta noite já se ia. Ninguém com os pés na água...”
Dança da solidão, de Paulinho da Viola, é um daqueles sambas clássicos, fortes. A letra fala sobre desilusões, amores perdidos, com a pureza da poesia de Paulinho. “Solidão, palavra. Cavada no coração. Resignado e mudo. No compasso da desilusão... Viu! Desilusão, desilusão. Danço eu, dança você.Na dança da solidão...”.
O trabalho é um alquimia de talentos fantásticos, unidos por uma voz. Marisa continua fazendo boa música, se cercando dos mesmos parceiros. Mas esse álbum talvez seja inigualável em sua carreira.


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Postado por Marcos Assis | | Posted On segunda-feira, 7 de setembro de 2009 at 20:02



Artista – Sepultura
Álbum – Roots
Ano de lançamento - 1996

Brasil, terceiro mundo, terra do samba e do futebol. Você imaginaria que o mundo, algum dia, ouviria heavy metal feito por essas plagas sambistas?
Pois é, o Sepultura colocou o metal brasileiro nos ouvidos dos bangers de todo o planeta.
Lançado em 1996, Roots seguiu o sucesso que foi o Cd anterior, Chaos A.D, mas com uma mudança fundamental no som da banda. O metal é mundo meio fechado, onde seus músicos e adeptos gostam das coisas puras, sem muita invenção ou inovação. A banda fez algo que os fãs de metal não vêem com bons olhos: teve a ousadia de misturar outros elementos no seu thrash/metal tradicional. Roots faz uma mescla de ritmos brasileiros, como batidas de samba na caixa da bateria, um ritmo mais lento e cadenciado, afinações bem mais baixas que o normal, dando mais peso as músicas, (a afinação normal das cordas, guitarra e baixo, é feita pela nota lá, o Sepultura baixou a afinação para Si, tornando as bases mais graves e assim mais pesadas). O percussionista baiano Carlinhos Brown participou de várias faixas do disco, tocando percussão. Na cabeça de um fã de heavy metal isso era uma heresia...
A primeira música do disco é Roots Bloody Roots, um petardo, onde a afinação baixa das cordas já dá seu cartão de visita, com um peso espetacular. A seguinte, Attitude, segue a mesma linha de peso e cadência. Ratamahatta, com participação de Carlinhos Brown na percussão e nos vocais, tem um clip fantástico, feita com animação de bonecos. Mas o momento mais inesperado de Roots é a gravação que a banda fez numa tribo Xavante no Mato Grosso. A música Itsári trás uma batida tribal feita com os pés pelos índios da tribo, e somente um violão tocado por Andreas. Os vocais são um canto da tribo num de seus rituais.
Max tinha acabado de perder seu enteado Dana Wells, assassinado em circunstâncias misteriosas. No fim de 1996, a banda cancelou alguns shows por conta disso, e acabou tocando no tradicional festival em Donnington Park, na Inglaterra, como um trio, com o guitarrista Andreas Kisser nos vocais.
Max sairia da banda pouco tempo depois do lançamento de Roots. Sua mulher, Gloria, era também a empresária da banda, e os outros membros não estavam satisfeitos com os rumos que os negócios do Sepultura estavam tomando. Max acabou saindo e formando o Soulfly, onde toca até hoje. Ficou claro que Max era o mentor do som do Sepultura, pois, após sua saída, ele continuou fazendo a mesma linha de som no Soulfly, e o Sepultura, ao contrário, nunca mais foi o mesmo.
Depois de muitos anos sem se falarem, Max e Igor retomaram sua parceira na banda Cavalera Conspiracy. Rumores sobre uma possível volta do Sepultura com sua formação original circulam constantemente. Aos fãs, resta a esperança de que a banda volte com a mesma química que conseguiram em Roots, o que seria fantástico para o metal.


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Postado por Marcos Assis | | Posted On sexta-feira, 4 de setembro de 2009 at 21:22



Artista - The Smiths
Álbum - The Queen Is Dead
Ano De Lançamento - 1986

A rainha está morta! Quando os primeiros acordes do disco tocam seus ouvidos, ou seu coração, o impacto é direto. No seu melhor trabalho, o guitarrista Johnny Marr e o vocalista e letrista Morrissey, criaram pérolas que só parcerias muito talentosas conseguem produzir, como Lennon/McCartney ou Jagger/Richards. A crítica á sociedade inglesa e a Família Real, além da característica forma de Morrissey falar da solidão, dão o tom do disco.
Marr estava tendo problemas com alcoolismo, havia desentendimentos entre a produtora Rough Trade e o grupo (o que fez com que o lançamento do álbum fosse adiado por quase oito meses), o baixista Andy Rourke havia sido dispensado por problemas com heroína, sendo substituído temporariamente por Craig Gannon e Morrissey era taxado por seus críticos como um músico cada vez mais "egocêntrico e mal-humorado", provavelmente por sua conhecida aversão a videoclipes e entrevistas.
Em The Queen is Dead, que abre o disco, Morrissey critica ferozmente a Família Real britânica, insinuando sua omissão e distanciamento quanto aos problemas que a sociedade vivenciava. “Passamos pelo bar que aniquila seu corpo. E a Igreja - tudo o que querem é seu dinheiro. A Rainha está morta, garotos. Vocês podem acreditar em mim, garotos. A vida é muito longa quando se está sozinho...”
Frankly, Mr. Shankly possui uma sonoridade mais descomprometida, quase engraçada. Comenta-se que sua letra foi inspirada nas divergências entre os Smiths e a Rough Trade.
I Know It’s Over é belíssima. Seus versos melancólicos, revelam muito sobre Morrissey: “Oh Mãe,posso sentir o chão caindo sobre minha cabeça. E enquanto me deito numa cama vazia, oh bem, já foi dito o bastante. Eu sei que acabou,mas continuo insistindo. Não sei mais aonde posso ir. Oh Mãe,posso sentir o chão caindo sobre minha cabeça”.
Cemetry Gates tem a cara dos Smiths, ma levada no violão e a ironia da letra: “um tenebroso dia ensolarado, então eu encontro você nos portões do cemitério. Keats e Yeats estão do seu lado, enquanto Wilde está do meu”.
Bigmouth Strikes Again e The Boy With the Thorn in His Side são dois dos maiores clássicos do Smiths e fizeram muito sucesso nas rádios brasileiras na época, (sim as rádios brasileiras tocavam rock de qualidade). Em Curitiba, a saudosa rádio Estação Primeira, a "maldita" e melhor rádio que já se ouviu nessas terras gélidas, executava exaustivamente as duas músicas. Era possível ouvir até na rádio Caiobá FM! Acredite...
There is a Light That Never Goes Out é o ponto alto do álbum. Morrissey toca essa música nos seus shows até hoje. No DVD Who Put the M in the Manchester, a música fecha o show, cantada em coro por 30.000 pessoas. O eterno solitário Morrissey, fã ardoroso de James Dean, James Joyce e afins, desfila seu lirismo numa das mais belas canções já compostas neste mundo sinistro. “Me leve para sair esta noite, onde exista música e pessoas que sejam jovens e vivas. Dirigindo seu carro eu nunca nunca quero ir para casa, porque eu não tenho mais uma casa...”
Morrissey continua na ativa, fazendo boa música.
Os Smiths lançaram grandes álbuns como Meat is murder e The World Won´t Listen, mas The Queen is Dead é sua obra prima.
Indispensável!


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Postado por Marcos Assis | | Posted On sábado, 1 de agosto de 2009 at 02:45



Artista - Slayer

Álbum - Seasons In The Abyss
Ano de lançamento - 1990

Reis do thrash metal, o Slayer é uma das mais importantes bandas do heavy metal mundial há quase três décadas.
Formada em 1981, na cidade de Los Angeles, pelo baixista Tom Araya e o guitarrista Kerry King, a banda conta também com o fantástico baterista Dave Lombardo e o guitarrista Jeff Hanneman.
Seasons in the Abyss, lançado em 1990, é o álbum onde a banda encontra a mistura ideal de peso, agressividade e melodia.
Os trabalhos são iniciados com War Essemble, com um riff pesado e rápido introduzindo a bateria “bate estaca”. A música que dá título ao álbum é fantástica, mesclando um riff, que é executado uma vez por cada guitarrista, e um dedilhado com nuances orientais. O clip da música foi gravado em Israel, no deserto, com camelos e tribos nômades. Criando um clima caótico, as imagens casam perfeitamente com a música. “Feche seus olhos, olhe profundamente em sua alma. Saia de si mesmo e deixe sua mente vagar. Olhos gélidos encaram no fundo de sua mente enquanto você morre” canta Araya. Skeletons Of Society, Dead Skin Mask, Blood Red e Spirit In Black são outros destaques do CD.
Um show do Slayer não tem papo, é pauleira do início ao fim. O único momento em que Araya se dirige ao público é na introdução da fantástica Dead Skin Mask, em que grita pausadamente o refrão da música, acompanhado pelo público: “Dance with the dead in my dreams. Listen to their hallowed screams. The dead have taken my soul. Temptations lost all control. Dead skin mask!”. A música fala sobre Ed Gein, notório serial killer americano que matava suas vítimas e depois retirava a pele e órgãos dos corpos. Ele dizia que ouvia sua mãe, já morta, ordenando que ele matasse pessoas. “Danço com os mortos em meus sonhos. Ouço seus gritos sagrados. Os mortos tomaram conta da minha alma. A tentação me fez perder o controle” canta Araya em Dead Skin Mask.
O Slayer sempre esteve envolto em polêmicas sobre suas letras que falam de guerra, satanismo e serial killers. A banda é acusada de ser “nazista” por causa da música Angel Of Death, que fala de Joseph Mengelle o “anjo da morte” alemão.
Polêmicas a parte, se você gosta ou quer se iniciar no mundo do thrash metal, beba na fonte, vá direto ao Slayer.


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Postado por Marcos Assis | | Posted On quarta-feira, 3 de junho de 2009 at 17:03


Artista – Dire Straits
Álbum – Brothers In Arms
Ano de lançamento - 1985


Brothers in Arms, lançado em 1985, fez do Dire Straits uma mega banda, tocando em estádios pelo mundo para 80.000 pessoas, em festivais como o Live Aid e o Mandela Day.
Mark Knopfler é um músico único. Não bastasse seu talento, o cara toca guitarra sem palheta, usando os dedos como se tocasse um violão clássico. Para quem não é muito habituado a instrumentos, violões clássicos possuem cordas de nylon, mais suaves e macias. Uma guitarra usa cordas de aço, tem uma tensão muito maior, mais pesada, então tocar usando somente os dedos é como jogar futebol descalço.
O maior sucesso do disco foi Money For Nothing, com a participação de Sting. A música critica a MTV da época. Knopfler canta “Olhe só esses otários, é assim que se faz. Tocar guitarra na MTV. Isso não é trabalhar, é assim que se faz. Dinheiro por nada e garotas à vontade. I want my MTV...”. Ironicamente a música, com um dos primeiros clips a fazerem sucesso no mundo, tornou a própria MTV mais conhecida. O vídeo foi feito com uma animação gráfica inovadora, para a época. Imaginem o que ele deve pensar da MTV atual, mergulhada em programas fúteis e descartáveis com música de 5º qualidade. Como diria o filósofo Luiz Witiuk, “enfim Maria Zaclis...”.
Sete das nove músicas do disco foram exaustivamente executadas nas rádios da época. So Far Away, Walk of Life,, Your Latest Trick com seu solo de sax belíssimo, Why Worry, Ride Across the River e a linda Brothers in Arms com sua guitarra calma e bem colocada dentro de uma base de teclados, fizeram deste o melhor trabalho do Dire Straits. Infelizmente a banda nunca conseguiu igualar esse momento mágico.
Seria pedir demais...


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Postado por Marcos Assis | | Posted On at 05:54


Artista – The Mission
Álbum – Gods Own Medicine
Ano de lançamento - 1986


Wayne Hussey era uma figuraça. Cabelos compridos, batom vermelho nos lábios, maquiagem deixando seu rosto inglês ainda mais claro, óculos escuros, pulseiras, colares, adereços e seu inconfundível chapéu, faziam dele um ícone “dark”. O som do Mission é cheio de atmosferas sombrias, muito delay e chorus nas guitarras, violões de 12 cordas, teclados e a voz cavernosa de Hussey falando de escuridão, terras distantes, cristais e afins.
Gods Own Medicine foi lançado em 1986 e, mesmo sendo seu disco de estréia, trazia a banda no seu ápice criativo. Ao lado do terceiro álbum, Children de 1988, é o melhor trabalho do Mission. Shows sempre lotados, turnês mundiais que passaram até pelo Brasil elevaram os ingleses ao status de grande banda nos anos 80-90.
Hussey dizia ter um repertório limitado de palavras nas suas letras, kisses, heaven, love, prayer, dance, dream estão presentes em quase todas elas, como se flutuassem permanentemente no seu imaginário.
O álbum tem vários clássicos. Wasteland com sua guitarra hipnótica fazendo um solo contínuo atrás da base e seu refrão marcante “Over this land, all over this wasteland...”, Garden Of Delight com seu arranjo sinfônico de cordas e piano, Stay With Me, um clip que fez muito sucesso na época, Sacrilege e a enigmática Severina.
O ex líder do Mission esteve em Curitiba, no ano passado, fazendo um show acústico no bar Jokers. Wayne na voz e violões, seis e doze cordas, acompanhado somente de um violoncelista.
Na última turnê da banda pelo Brasil, no ano 2000, Hussey conheceu uma brasileira, se apaixonou, se casou e foi morar em Piracicaba, interior se São Paulo. Dark, ou gótico para os mais “moderninhos”...


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Postado por Marcos Assis | | Posted On at 05:30


Artista – The Police
Álbum – Synchronicity
Ano de lançamento - 1983


O termo “power trio”, dentro do rock, significa uma reunião de 3 músicos virtuosos. O The Police foi uma das bandas que mais fizeram jus a esse termo. O baterista Stewart Copeland, o guitarrista Andy Summers e o baixista e vocalista Sting eram a união de talento e criatividade, fato raro entre grandes instrumentistas.
Synchronicity, lançado em 1983, foi o último disco lançado pelo Police. O título faz referência ao filósofo Carl Jung e suas “coincidências significativas”.
O clima entre a banda já estava conturbado. Copeland, que gravou a bateria na cozinha do estúdio, discutindo várias vezes com os outros membros da banda.
O maior clássico dabanda, ou sua música mais conhecida, está nesse álbum, a bela Every Breath You Take. King Of Pain e Wrapped Around Your Finger são músicas fantásticas, criandas sobre a guitarra hipnótica de Summers, recheda de delays e echos, e a voz característica de Sting, num tom alto e incisivo. Os três clássicos do disco foram inspiradas no fim do peimeiro casamento de Sting, e entraram no Top 10 da parada americana. Ironicamente, o álbum foi o mais vendido da carreira do Police (oito milhões de cópias só nos Estados Unidos).
A banda acabou logo depois. Sting declarou que “ a banda durou o tempo certo, mais que isso seria forçar uma química que já não existia”.


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Postado por Marcos Assis | | Posted On sábado, 9 de maio de 2009 at 10:43



Artista - The Cure
Álbum - Standing On A Beach
Ano de lançamento - 1986


Robert Smith chamaria sua atenção onde você o encontrasse.
Inglês, com pele claríssima sempre coberta com uma boa camada de maquiagem, lábios sempre com batom vermelho, olhos pintados de preto, cabelo enorme e armado, Smith faz parte da história da música com sua banda, o The Cure desde o final dos anos 70.
Surgida como uma banda pós punk, o Cure sempre teve uma sonoridade peculiar, marcante.
Standing on a Beach/Staring at the Sea, de 1986, trouxe reconhecimento mundial à banda. Apesar de ser um coletânea de singles, (músicas que antigamente eram lançadas antes dos álbums, como uma forma de despertar interesse pelo disco), foi um trabalho marcante pois fez o mundo, de certa forma, redescobrir o Cure.
Boys Don’t Cry, por exemplo, era uma boa música, lançada no álbum homônimo em 1980. Com seuo relançamento em Standing on a Beach, a música virou hino de uma geração, tocada exaustivamente até hoje em rádios de todo o mundo.
Outras fantásticas canções fazem parte desse álbum, como Killing an Arab, Charlotte Sometimes, com seu clima misterioso, The Hanging Garden, The Walk, In Between Days, The Lovecats e Close to Me.
O Cure passou por várias mudanças em sua formação, girando sempre em torno do trio Robert Smith, Laurence Tolhurst e Simon Gallup. No Brasil a banda tocou várias vezes, e possui uma grande legião de fãs.
Abanda ainda existe e lança álbuns esporadicamente, somente com Robert Smith da sua formação original. Em termos de sonoridade, um pouco daquela magia se perdeu, devido as variações na formação e também ao tempo de estrada, que acaba tornando a maioria das bandas repetitivas.
Mergulhar no passado do Cure é entrar num mundo de canções mágicas. Um som que se tornou referência para muitas bandas, como o Radiohead atualmente.
O Cure criou um estilo, definiu uma personalidade, o que fez da banda uma página obrigatória para quem quer visitar a história do rock.


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Postado por Marcos Assis | | Posted On quarta-feira, 29 de abril de 2009 at 01:57

Artista – Depeche Mode
Álbum – Violator
Ano de lançamento - 1990


O que hoje é chamado de música eletrônica, nos anos 80 era chamado de tecnopop.
Mais trabalhado, com guitarras, criatividade e músicos de verdade, não era apenas uma programação no computador feita por qualquer um, eram canções feitas por músicos, o que faz uma diferença gigantesca.
O Depeche Mode, banda inglesa formada na cidade de Essex, em 1980, é até hoje o principal grupo desse movimento.
Violator, lançado em 1990, é considerado por muitos a obra prima da banda. Não à toa, pois estão ali clássicos como Personal Jesus, Policy of Truth e a fantástica, sensacional, vou parar aqui com os adjetivos para não cansar o leitor, Enjoy the Silence.
Se você tem mais de trinta anos, ou costuma ir além do que toca nas rádios atualmente, já deve ter ouvindo essa música em algum momento de sua vida. “Tudo o que eu sempre quis, tudo o que eu sempre precisei, está aqui em meus braços, palavras são totalmente desnecessárias, elas podem só machucar”.
Dave Gahan (vocalista) e Martin L. Gore (tecladista e guitarrista) são os mentores do Depeche, criando praticamente todas as músicas.
Usando a tecnologia a favor da música, dentro de uma estrutura que tenha um acorde menor, um acorde diminuto, enfim, criado por músicos, o Depeche se mantém vivo até hoje, quase 30 anos depois de formada a banda.



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