Postado por Marcos Assis | | Posted On sexta-feira, 4 de setembro de 2009 at 21:22



Artista - The Smiths
Álbum - The Queen Is Dead
Ano De Lançamento - 1986

A rainha está morta! Quando os primeiros acordes do disco tocam seus ouvidos, ou seu coração, o impacto é direto. No seu melhor trabalho, o guitarrista Johnny Marr e o vocalista e letrista Morrissey, criaram pérolas que só parcerias muito talentosas conseguem produzir, como Lennon/McCartney ou Jagger/Richards. A crítica á sociedade inglesa e a Família Real, além da característica forma de Morrissey falar da solidão, dão o tom do disco.
Marr estava tendo problemas com alcoolismo, havia desentendimentos entre a produtora Rough Trade e o grupo (o que fez com que o lançamento do álbum fosse adiado por quase oito meses), o baixista Andy Rourke havia sido dispensado por problemas com heroína, sendo substituído temporariamente por Craig Gannon e Morrissey era taxado por seus críticos como um músico cada vez mais "egocêntrico e mal-humorado", provavelmente por sua conhecida aversão a videoclipes e entrevistas.
Em The Queen is Dead, que abre o disco, Morrissey critica ferozmente a Família Real britânica, insinuando sua omissão e distanciamento quanto aos problemas que a sociedade vivenciava. “Passamos pelo bar que aniquila seu corpo. E a Igreja - tudo o que querem é seu dinheiro. A Rainha está morta, garotos. Vocês podem acreditar em mim, garotos. A vida é muito longa quando se está sozinho...”
Frankly, Mr. Shankly possui uma sonoridade mais descomprometida, quase engraçada. Comenta-se que sua letra foi inspirada nas divergências entre os Smiths e a Rough Trade.
I Know It’s Over é belíssima. Seus versos melancólicos, revelam muito sobre Morrissey: “Oh Mãe,posso sentir o chão caindo sobre minha cabeça. E enquanto me deito numa cama vazia, oh bem, já foi dito o bastante. Eu sei que acabou,mas continuo insistindo. Não sei mais aonde posso ir. Oh Mãe,posso sentir o chão caindo sobre minha cabeça”.
Cemetry Gates tem a cara dos Smiths, ma levada no violão e a ironia da letra: “um tenebroso dia ensolarado, então eu encontro você nos portões do cemitério. Keats e Yeats estão do seu lado, enquanto Wilde está do meu”.
Bigmouth Strikes Again e The Boy With the Thorn in His Side são dois dos maiores clássicos do Smiths e fizeram muito sucesso nas rádios brasileiras na época, (sim as rádios brasileiras tocavam rock de qualidade). Em Curitiba, a saudosa rádio Estação Primeira, a "maldita" e melhor rádio que já se ouviu nessas terras gélidas, executava exaustivamente as duas músicas. Era possível ouvir até na rádio Caiobá FM! Acredite...
There is a Light That Never Goes Out é o ponto alto do álbum. Morrissey toca essa música nos seus shows até hoje. No DVD Who Put the M in the Manchester, a música fecha o show, cantada em coro por 30.000 pessoas. O eterno solitário Morrissey, fã ardoroso de James Dean, James Joyce e afins, desfila seu lirismo numa das mais belas canções já compostas neste mundo sinistro. “Me leve para sair esta noite, onde exista música e pessoas que sejam jovens e vivas. Dirigindo seu carro eu nunca nunca quero ir para casa, porque eu não tenho mais uma casa...”
Morrissey continua na ativa, fazendo boa música.
Os Smiths lançaram grandes álbuns como Meat is murder e The World Won´t Listen, mas The Queen is Dead é sua obra prima.
Indispensável!


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