Postado por Marcos Assis | | Posted On domingo, 26 de setembro de 2010 at 01:05



Artista – Finis Africae
Álbum – Finis Africae
Ano de lançamento - 1987


“Pode ser que tua sombra deixe marcas no caminho, e o vestígio dos teus atos devolva aos fatos o fascínio...”
Vindo de Brasília, uma Meca de bandas fantásticas nos anos 80-90, com influências do rock inglês da época e letras inteligentes, cheias de metáforas, o Finis Africae durou pouco, mas deixou sua marca no rock brasileiro. Formada por Rodrigo Leitão na voz, Neto Pavanelli no baixo, José "Zezinho" Flores na guitarra, Ronaldo Pereira na bateria e Alexandre Saffi na guitarra, o Finis se tornou uma banda “cult”entre as pessoas que ouvem música fora das paradas de sucesso.
Em 1985 a banda participou de um "pau de sebo", uma coletânea da gravadora Sebo do Disco chamado Rumores, junto com as bandas Elite Sofisticada, Detrito Federal, uma das primeiras bandas punks do país, e a Escola de Escândalos, da vocalista paranaense Marielle Loyola, que depois faria parte das Volkanas, banda lendária do Heavy Metal brasileiro formada por mulheres. Marielle hoje trabalha na rádio Mundo Livre, em Curitiba, dando espaço para bandas locais e continua no mundo musical com a banda Cores D’ Flores.
O Finis gravou as músicas "Ética" e "Van Gogh". Acabaram sendo a banda de maior sucesso na coletânea, e, como prêmio, gravaram pelo mesmo selo o mini LP "Finis Africae". Em seguida mudaram-se para o Rio de Janeiro e desfrutaram o êxito de "Armadilha", que possibilitou a gravação do álbum Finis Africae, pela EMI. Novas gravações de "Armadilha", "Máquinas" e "Mentiras", além das novas "Ask the Dust" e "Deus Ateu" conseguiram alguma repercussão nas rádios. Musicalmente o disco é repleto de camadas de efeitos na guitarra, criando um ambiente etéreo. O vocal é empostado, grave, sem muitas afetações. O baixo faz linhas melódicas em quase todas as músicas, dando um tom particular às composições e a bateria é discreta deixando os devaneios para o baixo e as guitarras. Sua música de maior “sucesso” foi Armadilha, dos célebres versos “andando entre cacos, me sinto em pedaços, e até hoje não sei dizer se está tudo acabado...”
Para achar algum material do Finis hoje, o cidadão tem que ser persistente. Nos meados dos anos 80-90, para se conseguir um disco de uma boa banda fora da mídia, era preciso se tornar o chamado “rato de sebo”, ou seja, fuçar em todos os sebos disponíveis procurando seu Santo Graal, o disco da banda que só você conhecia, e te fazia ter orgulho disso. Hoje, apesar de a internet ter tornado mais fácil a vida de um apreciador de boa música, os sebos ainda sobrevivem e ainda é possível encontrar os mesmo discos dessa época, perdidos em meio às prateleiras empoeiradas.
A banda durou... Um disco. Em 1990 o grupo se desfez, voltando a se reunir apenas em 98, para shows no Rio e Brasília. Suficiente para deixar sua marca no rock tupiniquim e manter uma legião de fãs fiéis até hoje.


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