Postado por Marcos Assis | | Posted On segunda-feira, 7 de setembro de 2009 at 20:02



Artista – Sepultura
Álbum – Roots
Ano de lançamento - 1996

Brasil, terceiro mundo, terra do samba e do futebol. Você imaginaria que o mundo, algum dia, ouviria heavy metal feito por essas plagas sambistas?
Pois é, o Sepultura colocou o metal brasileiro nos ouvidos dos bangers de todo o planeta.
Lançado em 1996, Roots seguiu o sucesso que foi o Cd anterior, Chaos A.D, mas com uma mudança fundamental no som da banda. O metal é mundo meio fechado, onde seus músicos e adeptos gostam das coisas puras, sem muita invenção ou inovação. A banda fez algo que os fãs de metal não vêem com bons olhos: teve a ousadia de misturar outros elementos no seu thrash/metal tradicional. Roots faz uma mescla de ritmos brasileiros, como batidas de samba na caixa da bateria, um ritmo mais lento e cadenciado, afinações bem mais baixas que o normal, dando mais peso as músicas, (a afinação normal das cordas, guitarra e baixo, é feita pela nota lá, o Sepultura baixou a afinação para Si, tornando as bases mais graves e assim mais pesadas). O percussionista baiano Carlinhos Brown participou de várias faixas do disco, tocando percussão. Na cabeça de um fã de heavy metal isso era uma heresia...
A primeira música do disco é Roots Bloody Roots, um petardo, onde a afinação baixa das cordas já dá seu cartão de visita, com um peso espetacular. A seguinte, Attitude, segue a mesma linha de peso e cadência. Ratamahatta, com participação de Carlinhos Brown na percussão e nos vocais, tem um clip fantástico, feita com animação de bonecos. Mas o momento mais inesperado de Roots é a gravação que a banda fez numa tribo Xavante no Mato Grosso. A música Itsári trás uma batida tribal feita com os pés pelos índios da tribo, e somente um violão tocado por Andreas. Os vocais são um canto da tribo num de seus rituais.
Max tinha acabado de perder seu enteado Dana Wells, assassinado em circunstâncias misteriosas. No fim de 1996, a banda cancelou alguns shows por conta disso, e acabou tocando no tradicional festival em Donnington Park, na Inglaterra, como um trio, com o guitarrista Andreas Kisser nos vocais.
Max sairia da banda pouco tempo depois do lançamento de Roots. Sua mulher, Gloria, era também a empresária da banda, e os outros membros não estavam satisfeitos com os rumos que os negócios do Sepultura estavam tomando. Max acabou saindo e formando o Soulfly, onde toca até hoje. Ficou claro que Max era o mentor do som do Sepultura, pois, após sua saída, ele continuou fazendo a mesma linha de som no Soulfly, e o Sepultura, ao contrário, nunca mais foi o mesmo.
Depois de muitos anos sem se falarem, Max e Igor retomaram sua parceira na banda Cavalera Conspiracy. Rumores sobre uma possível volta do Sepultura com sua formação original circulam constantemente. Aos fãs, resta a esperança de que a banda volte com a mesma química que conseguiram em Roots, o que seria fantástico para o metal.


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